Valores de negociações na bolsa reduzem 29% em Fevereiro

Angop
A Bolsa da Dívida e de Valores de Angola (BODIVA) registou, em Fevereiro último, um volume de 80 negociações que movimentaram um total de 10 biliões, 588 milhões e 798 mil kwanzas (equivalentes a USD 63 milhões, 823 mil e 312), uma redução de 29 porcento do valor negociado em relação ao mês de Janeiro.

 

Durante o período em análise, de acordo com um documento da BODIVA a que a Angop teve acesso, verificou-se uma diminuição de 4,8 porcento nas  negociações realizadas.

Em Janeiro deste ano, foram registadas 84 negociações que movimentaram 14 biliões, 812 milhões, 809 mil e 360 kwanzas (equivalente a 89 milhões, 283 mil e 811 dólares).

A diminuição do montante negociado e dos negócios realizados no período em  balanço deveu-se pela menor apetência por parte dos investidores pela exposição aos títulos do  Tesouro indexados ao dólar norte-americano,  num cenário de maior estabilidade cambial.

A subida dos preços associados a estes títulos, que se verificou no final do ano transacto, diminuiu o interesse dos investidores, isto é, a expectativa de valorização adicional do título.

Relativamente às maturidades mais negociadas, continua a existir uma maior propensão para negociar títulos de maturidade mais curta, com destaque para aqueles que vencem em 2017, 2018 e 2019.

No que refere as maturidades mais negociadas pelos membros negociadores verificou-se que o  Standard  Bank  Angola (SBA)  privilegia a negociação de títulos de maturidade reduzida, com especial apetência para os bilhetes do tesouro e obrigações (BTO), com vencimento em 2018.

Já o BFA, apesar de iniciado a negociação de bilhetes do tesouro  (BT) ainda mantém  a preferência por títulos indexados ao dólar norte-americano com maturidades entre 2018 e 2020.

Relativamente aos títulos mais negociados, notou-se que o título mais negociado foi o Bilhete do Tesouro (BT), o que de certa maneira confirma a maior apetência pelos investimentos de curto duração que actualmente apresentam taxas de remuneração mais atractivas.

No que se refere a tipologia de negócios realizados, verificou-se uma clara predominância de negócios sobre Obrigações do Tesouro (98,87%) em detrimento dos bilhetes do tesouro (1,13%).

Não obstante os dados que confirmarem uma predominância das obrigações do tesouro naquilo que é montante negociado, também observou-se um aumento do montante negociado sobre Bilhetes do Tesouro, que no período em análise representou 24% do montante total transacionado, sendo que,  em todo ano de 2016 representou apenas 1,13%.

Este aumento, de acordo com a BODIVA, deveu-se a procura por BT e é motivado por três factores, nomeadamente:  Recente aumento das taxas de remuneração no mercado primário, que actualmente se situa acima dos 20%,maior preferência por activos de curto prazo, dado o actual contexto de mercado e o cenário de estabilidade cambial que retira atractividade aos títulos indexados ao dólar americano, sendo que o BT's surgem como alternativa de investimento.

De acordo com a nota, as  tendências se mantém e continua a existir um maior número de negócios sobre obrigações do tesouro, sendo que dos 173 negócios realizados, apenas dois foram sobre Bilhetes do Tesouro representando (1,2%) do volume total dos negócios.

Quanto ao desempenho dos agentes de intermediação  notou-se  que,  dos 14 membros da BODIVA apenas  sete  contribuíram para o volume de negociação, com realce para o SBA, BFA e BAI que ocupam os três primeiros lugares e com uma quota de mercado de 53,45%, 23,18% e 8,07%, respectivamente.

Em comparação ao ano anterior, o SBA assumiu a liderança com uma quota de mercado de 53,45%,  destronando o BFA que liderava em Fevereiro de 2016 com uma quota de mercado de 49,45%.

No mês em análise, verificou-se a anulação de apenas um negócio, por ultrapassar o limite de variação face ao preço anterior na fase de registo de operações.

Esta diminuição é justificada pela entrada em funcionamento do ambiente multilateral e implementação do sistema de “vetting” que automaticamente rejeita a realização de negócios fora dos parâmetros definidos pelas regras de negociação.


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